quinta-feira, 17 de maio de 2012

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

Doenças de veiculação hídrica A água, tão necessária à vida do homem, pode ser também responsável por muitas doenças, denominadas doenças de veiculação hídrica. As principais são: • amebíase; • giardíase; • gastroenterite; • febres tifóide e paratifóide; • hepatite infecciosa; • cólera. Indiretamente, a água pode ainda estar ligada à transmissão de algumas verminoses, como esquistossomose, ascaridíase, taeníase, oxiuríase e ancilostomíase. Além disso, a água pode provocar alterações na saúde, caso não possua certos minerais na dose necessária. O bócio ou “papo” se adquire quando a água utilizada não tem iodo. O índice de cáries dentárias pode ser reduzido com a adição do flúor na água. Também pode ocorrer intoxicação se a água utilizada contiver algum produto tóxico, como, por exemplo, o arsênico. Para evitar os males que podem ser veiculados pela água destinada ao consumo, é necessário que ela seja sempre convenientemente tratada. Doenças de veiculação hídrica Amebíase A Entamoeba hystolitica e a Entamoeba coli são parasitas minúsculos, que só podem ser vistos com auxílio do microscópio. Geralmente, fala-se de ameba (Entamoeba) sempre que há diarréias persistentes. A Entamoeba coli é um parasita que se localiza no intestino do homem, mas que não o prejudica e, portanto, não precisa ser tratada. A Entamoeba hystolitica é prejudicial e precisa ser eliminada. Como se contrai Esses parasitas são eliminados com as fezes. Quando uma pessoa defeca, as fezes, deixadas nas proximidades de córregos, valas de irrigação ou lagoas, contaminam suas águas. Num quintal pequeno, se a fossa for construída a poucos metros de distância da cisterna, as fezes contaminadas por amebas podem contaminar a água. Moscas e baratas, ao se alimentar de fezes de pessoas infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, defecando sobre os alimentos ou utensílios. Outra forma de transmissão é através do contato das patas sujas de fezes. Pode-se ainda contrair a ameba comendo frutas e verduras cruas, que foram regadas com água contaminada ou adubadas com terra misturada a fezes humanas infectadas. A ameba pode ficar agarrada nas verduras durante três semanas, mesmo expostas à chuva, ao frio e ao calor. Muito freqüente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos. O que causa Os portadores de ameba, em geral, queixam-se de: • dores abdominais; • febre baixa; • ataque de diarréia, seguido de períodos de prisão de ventre, disenteria aguda com fezes sanguinolentas etc. Somente através do exame de fezes, as pessoas ficam sabendo se têm ameba ou outros parasitas. Como evitar • Fazer com que todos da casa usem a privada. Se as crianças menores usarem penicos, as fezes devem ser jogadas na privada; • proteger todos os alimentos contra moscas e baratas; • conservar os alimentos e utensílios cobertos ou dentro de armários; • proteger as águas das minas, cisternas, poços, lagoas, açudes e valas de irrigação, não permitindo que sejam contaminadas por fezes humanas; • regar as verduras sempre com água limpa, não aproveitando nunca a água utilizada em casa ou água de banho; • lavar bastante as verduras em água corrente, principalmente as que são comidas cruas; • lavar as mãos com sabão e água corrente, todas as vezes que usar a privada; • lavar muito bem as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos ou antes de iniciar a limpeza de alguns utensílios – lavagem de filtro, por exemplo. Giardíase e criptosporidíase A giardíase é causada pela Giardia lamblia e a criptosporidíase, pelo Cryptosporidium parvum. Ambos vivem nas porções altas do intestino, sendo mais frequentes em crianças. Como se contrai A transmissão se faz pela ingestão de cistos, podendo o contágio efetuar-se pelo convívio direto com o indivíduo infectado, pela ingestão de alimentos e água contaminados, pelo contato com moscas etc. O que causa A infecção pode ser totalmente assintomática . Outras vezes, provoca irritabilidade, dor abdominal, diarréia intermitente, estando, em certas ocasiões, associada com quadro de má absorção e desnutrição. Como evitar A infecção é adquirida com extrema facilidade, sobretudo pelas crianças. Devem-se seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase. Gastroenterite A gastroenterite é uma infecção do estômago e do intestino produzida principalmente por vírus ou bactérias. É responsável pela maioria dos óbitos em crianças menores de um ano de idade. Onde acontece A incidência da gastroenterite é maior nos locais em que não existe tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e destino adequado para o lixo. O que causa Os sintomas são diarréia, vômitos e febre. A principal complicação é a desidratação. O tratamento é realizado com a reposição de líquidos, soro de reidratação oral e manutenção da alimentação da criança. Como evitar A prevenção se faz pelo saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e uso de água filtrada ou fervida. O uso do leite materno é importante na profilaxia, pois é um alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de defesa na sua composição. Febres tifóide e paratifóide A febre tifóide é uma doença grave, produzida pela bactéria Salmonella typhi. Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem de cinco a 23 dias (período de incubação). A fonte de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas fezes. A febre paratifóide é mais rara que a tifóide. Produzida pela Salmonella paratyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da febre tifóide: doentes e portadores. Como se contrai A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifóide é ingerido com os alimentos e a água contaminada. O que causa A doença se manifesta pelos seguintes sintomas: dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarréia e aumento do baço. Como evitar • destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de esgotos; • tratar a água; • combater as moscas; • efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária dos manipuladores de alimentos; • examinar os convalescentes para a descoberta de portadores; • higienizar os alimentos; • vacinar os indivíduos preventivamente. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas de bacilos nas fezes. O tratamento é à base de clorafenicol. A incubação da paratifóide “A” varia de quatro a dez dias, enquanto a paratifóide “B” manifesta-se em menos de 24 horas. A paratifóide “B” resulta de envenenamento alimentar e caracteriza-se por náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarréias e prostração. As medidas preventivas da febre paratifóide, bem como o tratamento específico, são as mesmas da febre tifóide. Hepatite infecciosa A hepatite infecciosa é produzida mais comumente por dois tipos de vírus: “A” e “B”. Como se contrai Hepatite “A”: período de incubação: 15 a 50 dias. A transmissão pode ocorrer através da água contaminada. Os indivíduos doentes podem transmiti-la pelas fezes, duas semanas antes até uma semana após o início da icterícia. A transmissão poderá ocorrer também pela transfusão de sangue, duas a três semanas antes e alguns dias após a icterícia. É uma doença endêmica no nosso meio. Hepatite “B”: período de incubação: 45 a 160 dias. A transmissão é mais comum por via parenteral (instrumentos contaminados que perfuram a pele, como, por exemplo, injeções), principalmente pelo sangue. O que causa A hepatite apresenta dois períodos: anictérico: ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura, alguns dias antes do aparecimento da icterícia. Muitas vezes, o paciente é assintomático. ictérico: ocorrência de náuseas e dor abdominal, aumento do fígado e icterícia. Dura em média duas a três semanas. Como evitar As principais medidas profiláticas são: • higienização dos alimentos; • tratamento da água – os vírus “A” resistem aos métodos de cloração da água, porém a água fervida durante 10 a 15 minutos os inativa; • isolamento do doente – após aparecer a icterícia, a transmissão do vírus “A” pelas fezes ocorre na primeira semana e, pelo sangue, nos primeiros dias; • destino adequado dos dejetos humanos; • uso de seringa descartável; • uso adequado de sangue e derivados. Cólera A cólera é uma doença causada pelo micróbio Vibrio cholerae, que se localiza no intestino das pessoas, provocando, nos casos graves, diarréia e vômitos intensos. Em decorrência das diarréias e dos vômitos, o indivíduo perde grande parte dos líquidos de seu organismo, ficando desidratado rapidamente. Se não for tratada logo, essa desidratação poderá levar o doente à morte em pouco tempo. Vibrio cholerae (cólera) Como se contrai A doença é transmitida, principalmente, através da água contaminada pelas fezes e vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida por alimentos que foram lavados com água já contaminada pelo micróbio causador da doença e não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores. São considerados portadores aqueles indivíduos que, embora já tenham o micróbio nos seus intestinos, não apresentam sintomas da doença. O que causa O principal sintoma é uma diarréia intensa, que começa de repente. As evacuações do doente de cólera são de cor esverdeada com uma espuma branca em cima, sem muco ou sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarréia, podem aparecer, também, vômitos e cólicas abdominais. A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma média de um a dois litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre rapidamente, o que pode levar o doente ao estado de choque em poucas horas. Como tratar Toda pessoa que apresentar os sintomas da doença deve ser levada imediatamente para o serviço de saúde mais próximo. A recuperação do doente de cólera depende, em grande parte, da rapidez com que a doença for diagnosticada e tratada. O tratamento é simples e bastante eficaz e consiste na reposição dos líquidos perdidos pela diarréia e vômitos. Dependendo do estado do paciente, faz-se uso da reidratação oral ou da intravenosa e administram-se antibióticos indicados pelo médico. Como evitar A cólera pode ser evitada através da adoção de três ações básicas: • controle da qualidade da água; • destino adequado das fezes; • adoção de bons hábitos de higiene. Verminoses Na profilaxia das doenças parasitárias, são importantes a educação sanitária, o saneamento e a melhoria do estado nutricional. Apenas o tratamento das verminoses não é suficiente. Ele provocará pequena diminuição na sua incidência, mas as pessoas facilmente se reinfectarão, se continuarem a viver em meio propício à doença. Esquistossomose (xistosa) A esquistossomose ou xistosa é uma doença crônica, causada por um pequeno verme, o Schistosoma mansoni, que se instala nas veias do fígado e do intestino. Na última fase da doença, pode aparecer, em algumas pessoas, a ascite ou barriga d’água. Nas condições de subvida causada pela esquistossomose, existem hoje no Brasil mais de oito milhões de pessoas. Essa legião de doentes ocupa extensas regiões brasileiras, desde o Maranhão até o norte do Paraná. Para que surja a esquistossomose numa localidade, são necessárias várias condições: a primeira é a existência de caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni. Nem todos servem para o parasita, só algumas espécies. Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas de irrigação e canais onde haja segurança e boa alimentação. A temperatura média de muitas regiões do Brasil é favorável à proliferação de caramujos. Como se contrai O Schistosoma mansoni ora vive livre, ora, protegido dentro de seus hospedeiros. Na primeira fase de sua vida livre, é um miracídio. Veio para o mundo exterior protegido por um ovo, que é então abandonado em contato com a água. Nada então apressadamente em busca de um caramujo. Tem apenas algumas horas de vida para encontrá-lo. Nesse hospedeiro, sofre uma série de transformações, dividindo-se e multiplicando-se em centenas de milhares de cercárias, capazes de atacar e de infestar o homem. As cercárias abandonam o caramujo doente em busca de um animal de sangue quente e têm aproximadamente dois dias de vida livre. Nesse tempo, procuram atacar o homem, em cujo organismo poderão viver, acasalar-se e produzir ovos. Como evitar As populações têm lutado contra a esquistossomose, tentando cortar os elos da cadeia de transmissão. Hoje em dia, podem contar com os seguintes recursos: Contra o caramujo: • observar bem as águas usadas para tomar banho, pescar, nadar, lavar roupa, regar plantações etc., a fim de verificar se existe o caramujo; • fazer tudo que prejudique o caramujo: pequenas obras de engenharia, de retificação de valas, canais, aterro de pequenas lagoas; • criar nas águas seres vivos prejudiciais ao caramujo, sejam plantas, sejam animais, como patos e gansos; • diminuir a poluição das águas nos meses que se seguem à estação chuvosa, quando as águas começam a diminuir e os caramujos a proliferar em grande quantidade; • aplicar medicamentos químicos que exterminem, mesmo que temporariamente, os caramujos. Contra o parasita Schistosoma mansoni: • fazer exame de fezes ou outro exame de laboratório para verificar se a pessoa tem esquistossomose e proceder a um tratamento médico; • repetir o exame quatro meses depois, para verificar se o tratamento foi eficiente e se não há ovos de Schistosoma nas fezes; • construir privadas e fossas para que as fezes não sejam despejadas nas águas nem no solo dos quintais, forma segura de impedir que os ovos do Schistosoma alcancem os córregos e se transformem em miracídio; • não se expor ao contato com águas infestadas; • usar botas e luvas de borracha em regiões alagadiças, a fim de evitar contaminação pela cercária. Ciclo de vida do esquistossomo Ascaridíase (lombrigas ou bichas) O Ascaris lumbricoides, comumente chamado de lombriga ou bicha, é um verme que vive no intestino das pessoas e causa uma doença chamada ascaridíase. Como se contrai No intestino das pessoas, os vermes acasalam-se e as fêmeas põem ovos. Uma só pessoa pode ter até 600 lombrigas. Os ovos são expelidos com as fezes e, como são muito pequenos, só podem ser vistos através de microscópio. Quando as pessoas têm o hábito de defecar no chão, deixam milhares desses ovos misturados à terra. No chão úmido e sombrio, os ovos das lombrigas podem durar de seis a dez anos, à espera de serem engolidos por uma pessoa. Num exame de microscópio, pode-se detectar a presença de ovos e lombrigas em um pouco de terra do quintal, na poeira da varredura da casa e em cascas de banana ou de goiaba. As lombrigas, quando pouco numerosas, não causam tantos malefícios ao ser humano, porém, quando a infestação é grande, estes aumentam. Os vermes têm de 15 a 25 cm de comprimento e, em grande número, formam verdadeiros novelos, que entopem o intestino, causando sua obstrução. Podem também sair pela boca e nariz ou localizar-se na traquéia, ocasionando, muitas vezes, asfixia e morte, especialmente em crianças - são os chamados ataques de vermes. É através da terra, da poeira, dos alimentos mal lavados e das mãos sujas que os ovos das lombrigas são levados à boca e engolidos. Depois de engolidos, os ovos rebentam, soltando larvas no intestino. Essas larvas, levadas pelo sangue, passam pelo fígado, coração, pulmões, brônquios, sendo novamente engolidas. Retornam ao intestino, onde se tornam adultas, para se acasalar e pôr ovos. No organismo humano, o ovo leva de 2,5 a 3 meses para se transformar em larva e depois em verme adulto. O verme adulto vive no intestino geralmente menos de seis meses, nunca mais de um ano. Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides O que causa As pessoas que têm lombrigas ficam freqüentemente irritadas, sem apetite e apresentam náuseas, vômitos, diarréia, cólicas e dor abdominal. Como tratar Para combater essa verminose, é preciso primeiramente fazer um exame de fezes: leve uma latinha com um pouco de fezes a um laboratório ou posto de saúde para análise. Muitas vezes, as mães sabem que os filhos têm lombrigas porque já viram os vermes saírem com as fezes ou pela boca. Mas, mesmo assim, é importante que se façam os exames: há diversos tipos de vermes e, para cada um deles, o tratamento é diferente. Com o resultado do exame de fezes, procure o médico, que lhe indicará o tratamento e as providências necessárias para acabar com as lombrigas. Como evitar • Ter sempre uma privada ou fossa; • fazer com que todos usem a privada. Se for usado penico, especialmente por crianças pequenas, jogar as fezes na privada; • limpar e varrer os quintais e queimar ou enterrar todo o lixo; • lavar as mãos ao sair da privada e também antes das refeições ou merenda; • proteger todos os alimentos contra moscas e poeira; • proteger também os utensílios domésticos: talheres, copos, pratos, panelas etc. e principalmente os objetos de uso dos bebês, como bicos, mamadeiras e outros. Os alimentos e os objetos devem ser conservados cobertos ou dentro de armários; • lavar todas as frutas e verduras antes de comê-las (alface, tomate, laranja, goiaba, manga etc); • cuidar da alimentação, principalmente das crianças, usando alimentos fortes, que ajudem seu crescimento e aumentem sua resistência a doenças. Taeníase (solitária) A solitária ou tênia é um verme muito comum em Minas Gerais, principalmente na zona rural, onde as pessoas se alimentam geralmente de carne de porco. O porco e o boi são transmissores da solitária. Como se contrai A solitária vive no intestino das pessoas. Depois que se torna adulta, solta pedaços pequenos (anéis) cheios de ovos, que se juntam com as fezes. Se essas fezes são deixadas no chão, o porco e o boi, alimentando-se do capim, comem também as fezes com os ovos do verme. Chegando ao estômago desses animais, os ovos se rompem, deles saindo as larvas, que vão para o intestino e, depois, para os músculos, onde se fixam, podendo viver até um ano. Essas larvas, denominadas de cisticercos, são mais conhecidas por “canjiquinhas”, “pipocas”, “letrias” etc. Quando o animal é abatido e alguém come essa carne, crua ou mal cozida, passa a ser o portador da solitária. A larva vai crescer e se transformar num verme de alguns metros de comprimento. O que causa A solitária é um verme grande, que pode atingir de 3 a 9 metros de comprimento. Como seu crescimento é constante, precisa de muito alimento para viver, o que enfraquece o paciente. O parasita do porco possui afinidade com o sistema nervoso central. A doença é denominada cisticercose e pode causar dor de cabeça e convulsão. Como evitar • Não comer carne de porco que tenha “canjiquinha”; • comer carne de boi ou de porco bem cozida ou bem assada; • conservar sempre os porcos presos nos chiqueiros; • utilizar privada ou fossa. Não deixar as fezes jogadas no chão. Ciclo de vida da Taenia Oxiuríase O Enterobius vermiculares ou Oxiures vermiculares, também conhecido por saltão, tuchina ou verme da coceira, assemelha-se a um pequeno fio de linha. Como se contrai Os vermes adultos vivem no intestino. Os machos têm vida curta e morrem depois de fecundar as fêmeas, sendo logo eliminados. As fêmeas produzem grande quantidade de ovos e caminham pelo intestino humano chegando até o ânus do doente, onde soltam os ovos. A pessoa portadora do Enterobius sente uma coceira muito forte no ânus, provocada pela descida dos vermes pela abertura anal. Isso acontece principalmente durante a noite: a pessoa se coça mesmo dormindo, espalhando os ovos, que ficam nas roupas, lençóis e, principalmente, entre seus dedos e debaixo das unhas. Essa pessoa se contamina, levando as mãos sujas à boca. Também contamina alimentos e utensílios domésticos, transmitindo a verminose às pessoas que os utilizarem. As roupas dos indivíduos parasitados também são fontes de infestação, pois os ovos ficam agarrados a elas e podem depois chegar às mãos e à boca. O costume de sacudir os lençóis ao arrumar as camas pela manhã faz com que os ovos do Enterobius se espalhem, podendo ser aspirados no ar pelo nariz, levados, com a poeira, até os alimentos e finalmente engolidos. Os ovos resistem de 10 a 15 dias. O que causa As crianças são as mais atingidas e as que sofrem mais. A irritação produzida no ânus e região vizinha produz coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode-se ferir e apresentar infecção local. Essa irritação produz muitas vezes sintomas nervosos. Como as fêmeas desses vermes preferem a noite para caminhar até o ânus, a fim de pôr ovos, as crianças dormem mal, o que as torna irritadas e nervosas. Nas mulheres, os vermes podem invadir os órgãos genitais, produzindo irritação e inflamação, muitas vezes graves. A facilidade com que se transmite essa verminose faz com que ela seja muito comum em famílias numerosas, nas quais várias pessoas dormem juntas, especialmente as crianças. A transmissão ocorre mesmo nas famílias que têm bons hábitos de higiene. Tratamento Nos exames de fezes, é muito comum não aparecerem ovos desse verme. Portanto, a observação de uma pessoa da família pode auxiliar o médico no diagnóstico da verminose. Se a mãe nota que os filhos andam nervosos, irritados e se queixam de coceiras no ânus, deve contar ao médico, que, além de indicar o tratamento necessário, lhe dará explicações sobre o combate ao parasita. Ancilostomíase (amarelão) Como se contrai Os parasitas (vermes) produzem ovos que são eliminados pelas fezes. Depois de alguns dias, os ovos se rompem, surgindo as larvas. Estas ficam no solo durante uma semana e são atraídas pela luz e pelo calor, que as fazem subir à superfície, onde se agarram às plantas, ao lixo etc. Os quintais sombreados, cheios de bananeiras ou outras plantas, onde o lixo é amontoado próximo às plantações, às roças etc., são lugares propícios para esse verme. Em pessoas que andam descalças, as larvas penetram rapidamente através da pele. Atravessando a pele, as larvas caem no sangue e vão até o coração, pulmões, brônquios, estômago e intestinos. Durante essa migração, sofrem transformações até chegar a vermes adultos, cujos ovos são eliminados pelas fezes. Ciclo de vida do ancilóstomo O que causa Os vermes adultos cortam a mucosa intestinal e alimentam-se de sangue. Como têm hábito de mudar de lugar freqüentemente, produzem inúmeras feridas no intestino. Estas sangram, provocando anemia, magreza etc. A perda de sangue provoca a perda de grande quantidade de ferro, elemento indispensável para a saúde do homem. É por essa razão que crianças portadoras do amarelão têm o hábito de comer terra, buscando aí o ferro necessário ao organismo. Os sintomas mais comuns apresentados pelos portadores de amarelão são: preguiça para o trabalho e estudos, cansaço, desânimo, prisão de ventre ou crise de diarréia, irritabilidade, mau humor, anemia, palidez, dor de cabeça, tosse, emagrecimento e dores musculares. Pessoas mal alimentadas são as mais prejudicadas pelos vermes. Como tratar Leve as fezes para exames de laboratório, para detectar ou não a presença de vermes. Em caso positivo, procure o médico para o tratamento necessário. Como evitar • Andar sempre calçado; • lavar as mãos, principalmente antes das refeições; • fazer uso de privadas ou fossas; • procurar o médico ou posto de saúde para submeter-se a exames. Atenção: A melhoria do estado nutricional é importante no combate às parasitoses, já que a incidência e os sintomas da doença são menores em indivíduos bem nutridos.

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