quinta-feira, 17 de maio de 2012

CLORO: MELHOR AGENTE NO TRATAMENTO DE ÁGUA

O Cloro é o Melhor Agente no Tratamento da Água Tanto para devolver a água ao meio ambiente depois da sua utilização em áreas desprovidas de saneamento básico, quanto para fazê-la retornar para a estação de tratamento via rede de esgotos, um elemento é fundamental nesse processo: o cloro. "A purificação da água com cloro é considerada como a maior conquista do homem em saneamento básico deste milênio", lembra Cláudio Oliveira, presidente da Associação Sul-Americana da Indústria de Cloro-Soda e Derivados (Clorosur) e da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis e Cloro Derivados (Abiclor). Como poderoso bactericida, o cloro oxida e agrupa os materiais orgânicos e inorgânicos, permitindo a remoção das impurezas, ao mesmo tempo que mata bactérias, protozoários, vermes e vírus. "É a alternativa considerada mais adequada para a purificação da água, reconhecida pelos organismos internacionais de saúde e referendada por revistas e publicações do mundo inteiro", completa Oliveira. Primeiro, informa, por ser facilmente transportável e aplicável, mas principalmente pelo seu teor residual. O cloro é o único elemento para higienização da água que deixa resíduo, evitando que algum fator externo possa levar o produto à contaminação posterior. Enquanto outros tratamentos, como o ozônio e o ultravioleta, tratam apenas de um volume previamente determinado de água, o cloro protege a água, da estação de tratamento até a torneira de casa, onde chega ainda com capacidade de desinfecção. Para se combater doenças como o cólera, por exemplo, em que não se conhece a área atingida pelo vibrião, o teor residual do cloro é fundamental. Sob a forma de cloreto férrico e policloreto de alumínio, o cloro age com eficácia na purificação das águas de rios poluídos. O Mundo do Cloro • Histórico • Situação atual • O papel do cloro para nossa economia • O Cloro e a Natureza Como se iniciou o uso do cloro para tornar a água potável? No final do século XIX e começo do século XX, a incidência de enfermidades e óbitos causados por doenças propagadas pela água era muito elevada. Por exemplo, na América do Norte, no século XIX, a mortalidade devido a febre tifóide chegou a 300 casos por 1000 habitantes. Histórico A cloração de águas públicas foi introduzida nos eua, em Jersey City - Nova York, em 1908, e espalhou-se rapidamente, à medida que essa técnica demonstrou ser altamente eficiente na redução da incidência e mortes causadas por doenças comuns de propagação hídrica. Doenças como a cólera continuam a eliminar milhares de vidas a cada ano nos países de terceiro mundo, em grande parte por causa de práticas inadequadas de desinfecção da água potável. Por exemplo, uma epidemia de cólera continua a causar enfermidades e mortes na América do Sul, onde mais de 500 mil casos de cólera foram registrados desde 1991. A popularidade do cloro é bem merecida, pois ele é fácil de aplicar, dosar e controlar, mantém uma ação desinfetante residual durante a distribuição de água aos consumidores após tratamento e é econômico quando comparado com agentes desinfetantes alternativos. O cloro é também o desinfetante mais eficaz para se usar em casos de desastres naturais, tais como inudações. A cidade de Des Moines lowa, foi capaz de reiniciar seu sistema de água potável depois das inundações de 1993 e fornecer água potável segura, somente superclorando suas instalações de tratamento e tubulações de distribuição para livrá-lo de organismos patogênicos. A cloração aumentada também é uma medida típica por fornecedores de água para corrigir o suprimento de água contaminada por enxurradas, como ocorre em muitas bacias hídricas. Situação atual Devido à presença de quantidades muito pequenas de subprodutos de desinfecção, tais como clorofórmio, que resultam de desinfecção de águas naturais com presença de matéria orgânica, a EPA (Agência de Proteção Ambiental - EUA) está considerando padrões mais rigorosos para práticas de desinfecção de águas potáveis. Porque é possível afirmar que a natureza está adaptada a conviver com o cloro? O cloração é um elemento criado pelo homem. Ele está presente desde que o universo foi criado e permanecerá existindo. O cloro representa 2,9% da água do mar. Somente a natureza, através de algumas plantas e animais, produz 2 mil compostos organoclorados. 0,045% da crosta terrestre é composta de cloro, sendo que ele representa 1,9% dos oceanos e é o 11º elemento mais abundante na natureza. Ao lado dos enormes depósitos subterrâneos de sal, os oceanos podem ser considerados a grande fonte natural de cloro. Cerca de 2% da composição dos oceanos é cloro. Somente as algas e bactérias marinhas liberam por ano mais de 5 milhões de toneladas de derivados clorados (cloreto de metila). Os oceanos e os mares contêm cerca de 50 trilhões de toneladas de cloro. Todo ano, aproximadamente, 10 bilhões de toneladas de cloro na forma de sal (maresia e material particulado) são arremessados à atmosfera por força dos ventos e das ondas. Inúmeras reações fotoquímicas, isto é, reações químicas influenciadas pela luz, ocorrem nos pequenos aerossóis através do ar e, como resultado, uma vasta variedade de produtos é formada. Outras fontes naturais são as erupções vulcânicas, que emitem toneladas de cloro em seu estado gasoso, e muitos outros organismos marinhos, plantas e insetos, que produzem uma grande variedade de substâncias cloradas.TRATAMENTO DE ÁGUA ÍNDICE 1. Análise de Água Típica 1.1 Introdução 1.2 Características da água 1.3 Turbidez 1.4 Cor 1.5 Ferro 1.6 Dureza 1.7 Sílica 1.8 Gases diversos 2. Clarificação de águas 2.1 Noções básicas 2.2 Sólidos suspensos 2.3 Velocidade de sedimentação 2.4 Coagulação 2.5 Pré-decantação 2.6 Finalidade da pré-decantação 2.7 Tipos de decantadores 3 Clarificação 3.1 Mecanismos de coagulação 3.2 Compostos químicos utilizados 3.3 Propriedade dos coagulantes 3.4 Coadjuvante de coagulação 3.5 Polieletrólitos 3.6 Equipamentos de clarificação 4 Filtração 4.1 Filtros a gravidade 4.2 Filtros a pressão 4.3 Filtros tipo-auto-laváveis 5. Cloração 5.1 Pré-cloração 5.2 Objetivos 5.3 Demanda de cloro 5.4 Compostos clorados 5.5 Conclusões Análise de Água Típica 1.1 Introdução Por definição, tratamentos primários são todos os processos fisico-químicos a que é submetida uma água, para modificar sua qualidade, tornando-a com características que atendem as especificações solicitadas para uma determinada aplicação industrial, ou para consumo potável. A água pode ser subdividida, quanto ao seu uso, em:- água de uso potável- água de uso industrial Podemos definir, para melhor compreensão, que um tratamento primário de água é aquele que modifica a qualidade da água quanto ao aspecto, cor, turbidez, etc., bem como modifica as características químicas, em alguns casos de forma bastante intensa. (volta ao índice) 1.2 Características da Água A água, "in natura", nunca é pura. Mesmo quando ela é proveniente de uma precipitação pluviométrica, quando é considerada pura, ela contém sólidos dissolvidos e suspensos e alguns gases dissolvidos. Após o último contato com o solo, quer seja por percorrer a surpefície terrestre ou por percolar pelas camadas rochosas, as impurezas contidas na água são incrementadas, devido ao grande poder de dissolução que ela possui. Daí a necessidade de purificação e condicionamento antes de seu uso. A quantidade dissolvida depende dos seguintes fatores: - A solubidade dos materiais contatados; - A intimidade do contato; - O tempo de permanência em contato. No caso de impurezas suspensas, os fatores determinantes de sua presença são: - quantidade de material finamente dividido; - diâmetro das partículas; - peso específico das partículas; - velocidade de fluxo do corpo de água. Para o desenvolvimento do estudo em pauta, é necessário o conhecimento de alguns conceitos das impurezas encontradas na água. (volta ao índice) 1.3 Turbidez Turbidez é o termo aplicado a matéria suspensa de qualquer natureza, presente em um corpo de água. É necessário uma distinção entre matéria suspensa, que precipita rapidamente, chamada sedimento, e aquela que precipita vagarosamente, que provoca a turbidez. A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície, em valores elevados, e normalmente ausente em águas subterrâneas. Em águas de superfície ela pode atingir valores de até 2000 mg/l, como SiO2, ou mais.Águas de lagos, lagoas, açudes e represas são, geralmente, possuidoras de turbidez baixa, porém variável em função dos ventos que revolvem seus fundos. Águas de rios e riachos apresentam alta turbidez. De uma forma geral, após uma precipitação de chuvas as águas de superfície tendem a aumentar seus valores de turbidez. 1.4 Cor Cor em água é quase que, invariavelmente, devido a presença de matéria orgânica proveniente de matéria vegetal em decomposição. Quase todas as águas de superfície apresentam cor enquanto que as subterrâneas são, geralmente, isentas. A presença de cor em água é indesejável na grande maioria das aplicações industriais. Em fábricas de papel, por exemplo, a cor na água de processos irá tingir as fibras de celulose. Em aplicações de água para a alimentação de caldeiras, a matéria orgânica, que produz a cor tende a se carbonizar provocando incrustrações nos tubos da caldeira. (volta ao índice) 1.5 Ferro A forma mais comum, em que o ferro solúvel é encontrado nos corpos de água, é como bicarbonato ferroso - Fe(HCO3)2. É encontrado, nesta forma, em águas subterrâneas profundas, limpas e incolores que em contato com o ar se turvam e sedimentam um depósito amarelo-marrom avermelhado. A reação envolvida, é a seguinte: 4 Fe (HCO3)2 + O2 + 2H2O ===> 4 Fe (OH)3 + 8 CO2 4 Fe (OH)3 ===> 2 Fe2 O3 + 6H2O Da mesma forma que a cor, o ferro contido em águas de uso industrial provoca problemas, que vão desde o aparecimento de depósitos e crostas de óxido de ferro, Fe2O3, até a coloração de produtos que a água contata e interferências em processos industriais. (volta ao índice) 1.6 Dureza A dureza de uma água é proporcional ao conteúdo de sais de cálcio e magnésio. Estes sais, e em ordem decrescente de abundância na água, são bicarbonatos (HCO3), sulfatos (SO4), cloretos (CL-) e nitratos (NO3). A quantidade de cálcio é, normalmente, duas vezes maior do que a de magnésio. Logicamente, estes valores são valores médios que podem ser diferentes em determinados tipos de água. No Brasil, a dureza de uma água pode variar desde 5 mg/l ate 500 mg/l como carbonato de cálcio. 1.7 Sílica Sílica é um constituinte de todas as águas naturais. Independente da fonte de água os valores de sílica, normalmente encontrados, estão na faixa de 3 a 50 mg/l como SiO2. Águas altamente alcalinas podem em certas ocasiões apresentar valores, talvez maiores dos que acima. (volta ao índice) 1.8 Gases Diversos É comum o aparecimento de gases dissolvidos nas águas brutas. Podemos citar os seguintes : - Dióxido de carbono - Oxigênio - Sulfeto de Hidrogênio - Metano O Dióxido de Carbono, provém da decomposição de materiais orgânicos na água. O Oxigênio é proveniente do contacto do ar com a água. O Sulfeto de Hidrogênio tem a mesma proveniência do Dióxido de Carbono. O Metano, raramente encontrado, é proveniente da decomposição de material biológico. A CLARIFICAÇÃO DAS ÁGUAS 2.1 Noções básicas A Clarificação das águas é empregada para a remoção de sólidos suspensos (turbidez) nas aguas. A extensão desta remoção de impurezas, depende do equipamento e do tratamento químico empregado na Clarificação. (volta ao índice) 2.2 Sólidos Suspensos Sólidos suspensos consistem de partículas insolúveis e de sedimentação lenta. A titulo de ilustração apresentamos, abaixo, alguns exemplos de tempo de sedimentação em função das partículas. Sólidos Suspensos Tempo para decantação Areia grossa Segundos Areia fina Minutos Barro Horas Argila Anos As razões básicas do porque as partículas suspensas demoram para decantar, são: - tamanho muito pequeno ( inferior a 10 microns ) - carga negativa Nas condições acima, a água mantém as pequenas partículas em suspensão, com influência direta do peso especifico da partícula, carga das partículas, viscosidade da água, temperatura da água, número de Reynolds do fluxo de água, etc. Partículas do mesmo tamanho tem condições de sedimentação diferentes em águas de temperaturas diferentes. Geralmente os sólidos suspensos tem uma carga negativa de cerca de 25 milivolts e se repelem mutuamente. A esta carga dá-se o nome de Potencial Zeta. (volta ao índice) 2.3 Velocidade de sedimentação Uma partícula irá sedimentar quando a força da gravidade excede as forças de inércia e de viscosidade. A velocidade final de sedimentação de uma partícula é definida pela relação: (volta ao índice) 2.4 Coagulação De alguma forma pode-se concluir que um processo de clarificação de água consiste na manutenção de condições físico-químicas tais, que os sólidos suspensos na água são removidos por uma sedimentação. Todavia, é necessário trabalhar-se em conjunto com as cargas das partículas para se obter um resultado final melhorado.O processo de alteração de cargas das partículas se chama de coagulação. Coagulação e o processo de neutralização das cargas negativas das partículas que faz com que as mesmas se atraiam, promovendo aglomeração, formando partículas maiores, aumentando a velocidade de sedimentação. A carga negativa das partículas e causada por uma camada fixa de ânions, seguida de uma camada fixa de cátions e ânions. A predominância de ânions na estrutura resulta numa carga negativa.Para que ocorra a neutralização das cargas negativas, é necessário se substituir os cátions monovalentes na estrutura externa, por cátions polivalentes.Íons de alumínio e íons ferricos são usados para este fim. A redução da carga da partícula para - 5,0 a 0,0 milivolts diminui as forças de repulsão a tal ponto que as partículas podem colidir e aderir umas as outras. Formam-se micro-aglomerados. Este é o primeiro efeito resultante do processo de floculação. A segunda reação, que segue a neutralização de cargas, é a formação do floco. Este fenômeno é o agrupamento de micro-aglomerados para formar massas maiores que sedimentarão. (volta ao índice) 2.5 Pré - Decantação O processo puro e simples de decantação é aquele aplicado quando a água apresenta sólidos em suspensão em condições de decantar normalmente sem o auxilio do processo de floculação. 2.6 Finalidade da Pré-Decantação A pré-decantação é empregada para separar partículas suspensas de grande tamanho, acima de 10 microns. Para que isto ocorra é necessário que haja um tempo de retenção, no pré-decantador, suficiente para que ocorra o processo. O tempo de retenção necessário é calculado considerando-se os seguintes fatores: - Porcentagem de remoção de sólidos suspensos. - Profundidade do decantador. - Velocidade de sedimentação das partículas. - Dimensões do decantador. - Velocidade de passagem da água pelo equipamento. A velocidade de sedimentação de uma partícula que decanta através de uma distância equivalente a profundidade do tanque decantador, em um período de retenção especifico, pode ser considerado como velocidade de passagem da água. A expressão utilizada para esse processo é a seguinte: (volta ao índice) 2.7 Tipos de decantadores Existem dois tipos de pré- decantadores que podem ser mencionados: - naturais - construídos Os pré-decantadores naturais são, geralmente, constituídos por açudes, lagoas, represas, etc. que uma determinada indústria utiliza, sem preocupação de avaliação do perfil de lama, nível do mesmo, ou remoção voluntária da lama. Os construídos tem, geralmente, formas variadas, com entradas e saídas de água pelos lados menores e um sistema de remocao de lama, formada pelas particulas decantadas. 2.8 Resultados esperados Todo sistema de pre-decantação é empregado quando, e se:- houver disponibilidade de área- a água apresentar turbidez superior a 200 ppm- existir partículas em suspensão maiores que 10 microns de tamanho. Uma pré-decantação deveria, quando aplicada corretamente apresentar: - uma água livre de areia e outros sólidos maiores - uma água com turbidez inferior a 100 ppm. (volta ao índice) CLARIFICAÇÃO 3.1 Finalidade A clarificação propriamente dita é o processo utilizado para remover sólidos em suspensão, quando a pré- decantação nao for suficiente para fornecer uma água com as especificações adequadas. O processo de clarificação envolve duas etapas que são: - coagulação - sedimentação 3.2 Mecanismos da coagulação A coagulação resulta de dois mecanismos básicos: a coagulação eletrocinética, onde o Potencial Zeta é reduzido por íons ou colóides de cargas opostas e a ortocinética, onde as miscelas se agregam e formam flocos que aglomeram as partículas em suspensão. (volta ao índice) 3.3 Compostos químicos utilizados Conforme visto anteriormente para ocorrer a coagulação, é necessária a adição de cátions de alumínio ou ferro. Os compostos geralmente usados para fornecer estes cátions são sais de reação ácida. Dados sobre os compostos e a quantidade de alcalinidade consumida, quando estes são adicionados na água, são apresentados a seguir. A alcalinidade consumida pode ser de procedência natural ou adicionada. Coagulante Fórmula Sulfato de alumínio Al2(SO4)3 . 18 H2O Alumen Amoniacal AL2(SO4)3 . (NH4)2SO4 . 24 H2O Alumen Potássico AL2(SO4)3 . K2SO4 . 24 H2O Sulfato Ferroso FeSO4 . 7 H2O Sulfato Ferroso Clorado FeSO4 . 7 H2O . (1/2 Cl2 ) Sulfato Férrico Fe2(SO4)3 Cloreto Férrico FeCl3. 6H2O Se a água a ser tratada não tem alcalinidade suficiente, então é necessário proceder-se a adição de um composto alcalino. A seguir, apresentamos informações relativas a alcalinidade,fornecida por estes produtos. Composto Fórmula mg/l de alcalinidade por mg/l do produto Bicarbonato de sódio NaHCO3 0,60 Carbonato de sódio Na2CO3 0,94 Soda cáustica NaOH 1,23 Cal virgem CaO 1,21 Cal hidratada Ca(OH)2 1,26 Em alguns casos é necessário reduzir-se ao invés de se adicionar alcalinidade. O produto utilizado, normalmente, e o ácido sulfúrico. Algumas informações são fornecidas a seguir: Composto Concentração( mg/l) Redução de alcalin. Ácido sulfúrico 60ºBe 77,6% 0,79 Ácido sulfúrico 66ºBe 93,2% 0,95 Ácido sulfúrico Conc. 98,0% 1,00 (volta ao índice) 3.4 Propriedade dos coagulantes O coagulante mais popular empregado em tratamentos primários de água é o sulfato de alumínio. Quando adicionado a uma água quimicamente pura, a seguinte reação ocorre: Al2(SO4)3 + 6H2O <===> 2 Al(OH)3 + 6H + 3 SO4 Esta reação é reversível e qualquer que seja a alteração de pH (alcalinidade) fornecida a solução, existirá um desequilibrio sensível. Como regra geral, para que esta reação se processe de forma satisfatória, será necessário que o pH do meio esteja na faixa de deslocamento da reação para o sentido esquerdo. 3.5 Coadjuvante de floculação Diz-se que um produto é coajuvante de floculação (coagulação) a todos aqueles que de alguma forma aumentam, sensivelmente a performance dos coagulantes comuns, quando usado em conjunto. (volta ao índice) 3.6 Polieletrólitos Até a introdução dos materiais sintéticos, como coadjuvantes de floculação, chamados de polímeros polieletrólitos, a silica ativada não possuia nenhum competidor sério em clarificação de água. Além de serem, nitidamente superiores estes produtos tem a vantagem de serem economicamente mais convincentes. Os polieletrólitos podem ser classificados, com base no tipo de carga da cadeia polimérica, em catiônicos, aniônicos e não iônicos. No Brasil, devido as características de nossas águas e sólidos suspensos, somente os aniônicos e não iônicos encontram a sua melhor aplicação. A vantagem principal que os polieletrólitos oferecem é o tamanho avantajado de flocos, que proporcionam maior velocidade de sedimentação. Todos os polieletrólitos tem um limite máximo de dosagem após o qual, eles se tornam dispersantes e anti-econômicos. A descrição do mecanismo de ação dos polieletrólitos é tema de uma abundante bibliografia técnica, não sendo portanto abordado neste descritivo. 3.7 Equipamentos As reações de floculação são desenvolvidas em equipamento desenhado para este fim. Existem dois tipos gerais de equipamentos: - Clarificadores convencionais - Clarificadores compactos O tipo convencional ocupa muitas vezes mais espaco que o tipo compacto. Em geral os clarificadores do tipo convencional produzem água de melhor qualidade que clarificadores compactos, devido ao maior tempo de retenção para floculação e decantação. As operações de um clarificador são: 1. Mistura rápida da água a ser tratada, com os produtos químicos 2. Floculação 3. Decantação As necessidades de produtos químicos para uma boa clarificação podem ser determinadas fazendo-se um " Jar Test "( ver capitulo a parte ): JAR-TEST são séries planejadas de teste controlados , feitos sob diferentes condições, a fim de determinar a melhor combinação de produtos químicos que produzirá a qualidade da água desejada. Se houver matéria orgânica e cor dissolvidas para serem removidas, cloro ou permanganato de potássio podem ser usados como agentes oxidantes de pré-tratamento para destruir estas impurezas. (volta ao índice) 3.8 Equipamento de Clarificação O tempo de retenção de um clarificador convencional é de algumas horas. Os principais usuários de clarificadores do tipo convencional são as municipalidades. Devido a limitações de espaço, a maioria das indústrias instala clarificadores do tipo compacto. Geralmente estes são classificados como ascendente ou descendentes ( em relação ao fluxo ) e operam pelo princípio do contato-sólido ou manto de lama. Problemas Os problemas mais frequentes encontrados em clarificadores são arraste de flocos ou turbidez excessiva, devido a: - mal funcionamento do equipamento dosador de produtos químicos. - adição de produtos químicos em local não apropriado. - mal funcionamento do sistema de descarga de lodo. - dosagem imprópria de produtos químicos. - velocidade imprópria do agitador. (volta ao índice) FILTRAÇÃO Filtração da água é a passagem de água através de um meio poroso para remover matéria suspensa. O tipo de matéria suspensa a ser removida depende da água, que pode ser bruta ou tratada. A fonte original de água pode ser um rio, riacho, lago ou poço. Existem muitos tipos de filtros para remover matéria suspensa da água. Estes incluem os filtros de cartucho, de gravidade, de pressão e os auto-laváveis. Os mais comumente encontrados em tratamento de água industrial são os filtros de gravidade, de pressão e auto-laváveis. Filtros eficientes devem produzir água com turbidez inferior a 2 mg/l. 4.1 Filtros a gravidade Como o próprio nome já diz, a água é distribuida e passada verticalmente, de cima para baixo, pelo filtro, por gravidade. Comumente o meio filtrante é areia suportada por pedra. Um sistema de drenagem compõe-se de um tubo principal com ramificações perfuradas ou fundo falso com distribuidores especiais. A camada de pedra tem em geral espessura determinada, sendo classificada. Disposta em camadas, com pedras de maior granulometria no fundo e as de menor granulometria no topo. A camada de areia, normalmente definidas em areia grossa e fina, estão sobre a camada de pedras. O sistema de drenagem é também usado para a contra lavagem que é feita verticalmente de baixo para cima, através do filtro, para remover matéria acumulada.Lavam-se os filtros em contra corrente (de baixo para cima) em geral, quando a perda de pressão atinge 8 psi. Isto ocorre quando a matéria filtrada é acumulada retardando a passagem da água. Razões para má operação de filtros: 1. Pressão de contra lavagem inadequada. 2. Defeito no sistema de drenagem. 3. Bolos de lodo formados na areia devido a propriedade da matéria filtrada. 4. Fendas no leito de areia.Geralmente, 3 e 4 são consequências de contra lavagem inadequada ou defeitos no sistema coletor. (volta ao índice) 4.2 Filtro de pressão Filtros de pressão são usados quando a água a ser filtrada é fornecida sob pressão e quando a água filtrada deverá ser distribuida sem bombeamento adicional. Filtros de pressão podem ser usados para filtrar água fria ou quente. Quando a água a ser filtrada é quente, o meio filtrante deverá ser o antracito, porque a água quente, especialmente água alcalina quente, pode dissolver a pedra e a areia contaminando a água com sílica. Filtros de pressão podem ser verticais ou horizontais. Como nos filtros de gravidade, os filtros de pressão são equipados com um sistema de distribuição de água a ser filtrada e um sistema coletor para água filtrada. O sistema de distribuição serve também para coletar as águas de contra lavagem. O sistema coletor, na operação de contra lavagem, é usado para suprir o filtro de água. O sistema coletor poderá ser do tipo tubo e ramifições ou fundo falso dotado de coletores plásticos. Os filtros, algumas vezes, podem ser dotados de sistemas de lavagem ar-água, para auxiliar a operação de contra lavagem. O ar é injetado abaixo do meio filtrante e ajuda a liberar a matéria aglutinada.Filtros de pressão devem ter um espaço livre adequado. Este é o espaço entre a superfície do meio filtrante e o sistema coletor de contra lavagem. Quando se efetua a contra- lavagem, o leito de filtragem deve ser expandido para obter-se uma remoção adequada da matéria acumulada. Se o espaço livre for inadequado, pode-se perder o meio filtrante. O espaço livre não deve ser inferior a 50% da espessura do leito filtrante, a fim de permitir uma boa expansão durante a contra lavagem. (volta ao índice) 4.3 Filtros do tipo auto laváveis Existem várias versões de filtros do tipo auto-laváveis. Incluem-se os sem válvulas. Todos são filtros de gravidade e dispõem de dispositivo de distribuição de água sobre o meio filtrante e coletor de água filtrada. Geralmente o sistema de drenagem consiste de tubos ranhurados. Nestes tipos de filtros usa-se geralmente uma camada de areia fina, ou uma camada de antracito sobre a camada de areia fina, não sendo necessária a camada de pedras suporte.Estes tipos de filtros suprem sua própria água de contra lavagem. A necessidade de contra lavagem é determinada pela perda de pressão (colmatagem). Geralmente, a sequência de operação de cada tipo é similar, seguindo uma descrição típica de operação de um filtro deste tipo. A água a ser filtrada entra por um tubo de admissão, acima do leito de filtração sendo filtrada em sentido descendente através do leito, fluindo para a câmara de água filtrada, localizada acima do leito filtrante em compartimento separado. Durante o ciclo de operação normal de filtração, a água filtrada permanece na câmara de água filtrada, sendo destinada para o uso a extravazão do reservatório.Quando a contra pressão aumenta o suficiente para forçar a água na linha de contra lavagem no seu máximo de altura, o ciclo de contra lavagem é iniciado. O ar é purgado da linha e inicia-se uma ação de sifonamento. O fluxo de água através do meio filtrante é revertido e a água filtrada do compartimento superior de contra lavagem, fluirá em contra corrente através do meio filtrante, sendo descartado para o esgoto. Um dispositivo de quebra de sifão, no reservatorio de contra lavagem, atua quando a água atinge um nível mínimo pré determinado. Após o ciclo de contra lavagem inicia-se novamente o ciclo de filtração, com a manutenção do reservatório de água de contra lavagem e posterior extravazão para o consumo. (volta ao índice) CLORAÇÃO 5.1 Pré-cloração Denomina-se de cloração a operação de injeção de um composto químico clorado, altamente oxidante, na água. A finalidade desta operação é oxidar os materiais oxidáveis. Quando a cloração é efetuada logo após a captação de água, ela é chamada de pré-cloração. 5.2 Objetivos A pré-cloração é usada para oxidar, com o objetivo de modificar o carater químico da água. A pós-cloração, por sua vez, é utilizada com o propósito de desinfecção.A desinfecção é o objetivo principal da cloração. Atualmente os termos cloração e desinfecção são cada vez mais equivalentes, apesar do cloro poder ser usado, conforme visto, com outros propósitos sem ser o da desinfecção. Tanto o cloro como os compostos clorados, são oxidantes que podem reagir com uma grande variedade de compostos orgânicos e inorgânicos na água, antes de produzir qualquer efeito de desinfecção. A diversificação e a velocidade das reações dificultam o uso do cloro, especialmente se a água estiver muito contaminada. O potencial de oxiredução pode ser considerado como a medida da tendência de reação com vários materiais, porém não oferece nenhuma indicação sobre o regime ou a velocidade de reações. (volta ao índice) 5.3 Demanda de Cloro Como é óbvio, as características químicas das fontes de água diferem radicalmente entre si. As quantidades de cloro necessárias para obter um objetivo desejado, refletem claramente estas diferenças. Os compostos existentes na água, que exercem influência sobre a demanda de cloro, dificultam o uso deste elemento na desinfecção, pois exigem que se aplique a quantidade de cloro, não somente para destruir os compostos químicos, mas também para eliminar a vida biológica na água. Podemos enumerar como sendo os seguintes fatores, que influem na demanda de cloro de um sistema: - nível de compostos redutores inorgânicos ( reação estequiométrica ). - nível de compostos redutores orgânicos ( reação estequiométrica). - formação de derivados clorados. - cloro necessário para mineralizar os derivados obtidos anteriormente. - evaporação natural de cloro, fornecido pelo sistema. - quantidade de cloro necessária para obter os efeitos desejados. (volta ao índice) 5.4 Compostos Clorados Existem diversos tipos de compostos químicos utilizáveis para efetuar uma cloração, e dentre os mais comuns podemos citar os seguintes: Compostos Teor de Cloro Ativo % Cl2, Cloro (gás) 100,0 CaCl2, Cloreto de Cal (pó) 35,0 - 37,0 Ca (Cl O)2, hipoclorito deCálcio (pó) - "HTH" 70,0 - 74,0 NaClO, hipoclorito de sódio 10,0 - 12,0 (líquido) (volta ao índice) 5.5 Conclusões Apesar dos resultados altamentes compensadores obtidos, quer seja para oxidação quer seja para a desinfecção, a prática da cloração está longe de ser uma operação simples. A determinação de valores exatos de tempos de contato, demanda de cloro, residual de cloro livre, extensão da oxidação, extensão de desinfecção é tão complexa e laboriosa, que para uma aplicação industrial, aparentemente, não seria tolerável. No entanto, a utilização de cloro é tão difundida, que já existem parâmetros e regras práticas de fácil aplicação, que poderiam ser adotadas com margens de sucessos, quase que totais. Passamos abaixo a descreve-las: A. Pré-cloração - oxidação e desinfecção 1. O consumo de cloro na pré-cloração é sempre superior a pós-cloração. 2. O teor de cloro residual livre, no efluente do sistema de tratamento primário, deverá estar compreendido entre 0,5 e 1,0 mg/l de Cl2. 3. Se a água possuir teores de ferro ferroso e sulfeto de hidrogênio superiores a 1,0 mg/l cada, efetuar uma aeração, antes da cloração. 4. Para efeitos de oxidação e melhora do processo de clarificação é necessário que haja um tempo mínimo de contato de 15 minutos desde o momento em que a água recebeu o cloro até o inicio do processo de clarificação. (volta ao índice) B. Pos-Cloração - desinfecção 1. O teor de cloro livre residual, antes da utilização da água para qualquer finalidade, deverá estar compreendido entre 0,5 e 1,0 mg/l de Cl2. 2. O tempo de contato mínimo, para uma garantia total de desinfecção, é de 1 hora.Como resultados esperados no processo de cloração podemos citar, os seguintes: a. Oxidação da matéria orgânica e inorgânica, removendo cor da água e auxiliando o processo de clarificação. b. Controle microbiológico do sistema, evitando o desenvolvimento de microorganismos que alteram a operação do sistema. c. Desinfecção da água.Como regra prática para avaliar a necessidade de uma cloração, poderíamos mencionar: I - Pré-cloração A) Toda vez que for necessário se proceder a uma oxidação dos materiais contidos na água, ou quando a extensão da contaminação microbiológica for realmente grande, ou o tempo de residência quando efetuada a pós-cloração for inferior a uma hora. B) Toda vez que o teor de matéria orgânica oxidável, pelo dicromato de potássio em meio ácido, for superior a 5 mg/l. II - Pós-cloração Quando se utilizar a água para fins potáveis.

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

Doenças de veiculação hídrica A água, tão necessária à vida do homem, pode ser também responsável por muitas doenças, denominadas doenças de veiculação hídrica. As principais são: • amebíase; • giardíase; • gastroenterite; • febres tifóide e paratifóide; • hepatite infecciosa; • cólera. Indiretamente, a água pode ainda estar ligada à transmissão de algumas verminoses, como esquistossomose, ascaridíase, taeníase, oxiuríase e ancilostomíase. Além disso, a água pode provocar alterações na saúde, caso não possua certos minerais na dose necessária. O bócio ou “papo” se adquire quando a água utilizada não tem iodo. O índice de cáries dentárias pode ser reduzido com a adição do flúor na água. Também pode ocorrer intoxicação se a água utilizada contiver algum produto tóxico, como, por exemplo, o arsênico. Para evitar os males que podem ser veiculados pela água destinada ao consumo, é necessário que ela seja sempre convenientemente tratada. Doenças de veiculação hídrica Amebíase A Entamoeba hystolitica e a Entamoeba coli são parasitas minúsculos, que só podem ser vistos com auxílio do microscópio. Geralmente, fala-se de ameba (Entamoeba) sempre que há diarréias persistentes. A Entamoeba coli é um parasita que se localiza no intestino do homem, mas que não o prejudica e, portanto, não precisa ser tratada. A Entamoeba hystolitica é prejudicial e precisa ser eliminada. Como se contrai Esses parasitas são eliminados com as fezes. Quando uma pessoa defeca, as fezes, deixadas nas proximidades de córregos, valas de irrigação ou lagoas, contaminam suas águas. Num quintal pequeno, se a fossa for construída a poucos metros de distância da cisterna, as fezes contaminadas por amebas podem contaminar a água. Moscas e baratas, ao se alimentar de fezes de pessoas infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, defecando sobre os alimentos ou utensílios. Outra forma de transmissão é através do contato das patas sujas de fezes. Pode-se ainda contrair a ameba comendo frutas e verduras cruas, que foram regadas com água contaminada ou adubadas com terra misturada a fezes humanas infectadas. A ameba pode ficar agarrada nas verduras durante três semanas, mesmo expostas à chuva, ao frio e ao calor. Muito freqüente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos. O que causa Os portadores de ameba, em geral, queixam-se de: • dores abdominais; • febre baixa; • ataque de diarréia, seguido de períodos de prisão de ventre, disenteria aguda com fezes sanguinolentas etc. Somente através do exame de fezes, as pessoas ficam sabendo se têm ameba ou outros parasitas. Como evitar • Fazer com que todos da casa usem a privada. Se as crianças menores usarem penicos, as fezes devem ser jogadas na privada; • proteger todos os alimentos contra moscas e baratas; • conservar os alimentos e utensílios cobertos ou dentro de armários; • proteger as águas das minas, cisternas, poços, lagoas, açudes e valas de irrigação, não permitindo que sejam contaminadas por fezes humanas; • regar as verduras sempre com água limpa, não aproveitando nunca a água utilizada em casa ou água de banho; • lavar bastante as verduras em água corrente, principalmente as que são comidas cruas; • lavar as mãos com sabão e água corrente, todas as vezes que usar a privada; • lavar muito bem as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos ou antes de iniciar a limpeza de alguns utensílios – lavagem de filtro, por exemplo. Giardíase e criptosporidíase A giardíase é causada pela Giardia lamblia e a criptosporidíase, pelo Cryptosporidium parvum. Ambos vivem nas porções altas do intestino, sendo mais frequentes em crianças. Como se contrai A transmissão se faz pela ingestão de cistos, podendo o contágio efetuar-se pelo convívio direto com o indivíduo infectado, pela ingestão de alimentos e água contaminados, pelo contato com moscas etc. O que causa A infecção pode ser totalmente assintomática . Outras vezes, provoca irritabilidade, dor abdominal, diarréia intermitente, estando, em certas ocasiões, associada com quadro de má absorção e desnutrição. Como evitar A infecção é adquirida com extrema facilidade, sobretudo pelas crianças. Devem-se seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase. Gastroenterite A gastroenterite é uma infecção do estômago e do intestino produzida principalmente por vírus ou bactérias. É responsável pela maioria dos óbitos em crianças menores de um ano de idade. Onde acontece A incidência da gastroenterite é maior nos locais em que não existe tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e destino adequado para o lixo. O que causa Os sintomas são diarréia, vômitos e febre. A principal complicação é a desidratação. O tratamento é realizado com a reposição de líquidos, soro de reidratação oral e manutenção da alimentação da criança. Como evitar A prevenção se faz pelo saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e uso de água filtrada ou fervida. O uso do leite materno é importante na profilaxia, pois é um alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de defesa na sua composição. Febres tifóide e paratifóide A febre tifóide é uma doença grave, produzida pela bactéria Salmonella typhi. Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem de cinco a 23 dias (período de incubação). A fonte de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas fezes. A febre paratifóide é mais rara que a tifóide. Produzida pela Salmonella paratyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da febre tifóide: doentes e portadores. Como se contrai A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifóide é ingerido com os alimentos e a água contaminada. O que causa A doença se manifesta pelos seguintes sintomas: dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarréia e aumento do baço. Como evitar • destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de esgotos; • tratar a água; • combater as moscas; • efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária dos manipuladores de alimentos; • examinar os convalescentes para a descoberta de portadores; • higienizar os alimentos; • vacinar os indivíduos preventivamente. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas de bacilos nas fezes. O tratamento é à base de clorafenicol. A incubação da paratifóide “A” varia de quatro a dez dias, enquanto a paratifóide “B” manifesta-se em menos de 24 horas. A paratifóide “B” resulta de envenenamento alimentar e caracteriza-se por náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarréias e prostração. As medidas preventivas da febre paratifóide, bem como o tratamento específico, são as mesmas da febre tifóide. Hepatite infecciosa A hepatite infecciosa é produzida mais comumente por dois tipos de vírus: “A” e “B”. Como se contrai Hepatite “A”: período de incubação: 15 a 50 dias. A transmissão pode ocorrer através da água contaminada. Os indivíduos doentes podem transmiti-la pelas fezes, duas semanas antes até uma semana após o início da icterícia. A transmissão poderá ocorrer também pela transfusão de sangue, duas a três semanas antes e alguns dias após a icterícia. É uma doença endêmica no nosso meio. Hepatite “B”: período de incubação: 45 a 160 dias. A transmissão é mais comum por via parenteral (instrumentos contaminados que perfuram a pele, como, por exemplo, injeções), principalmente pelo sangue. O que causa A hepatite apresenta dois períodos: anictérico: ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura, alguns dias antes do aparecimento da icterícia. Muitas vezes, o paciente é assintomático. ictérico: ocorrência de náuseas e dor abdominal, aumento do fígado e icterícia. Dura em média duas a três semanas. Como evitar As principais medidas profiláticas são: • higienização dos alimentos; • tratamento da água – os vírus “A” resistem aos métodos de cloração da água, porém a água fervida durante 10 a 15 minutos os inativa; • isolamento do doente – após aparecer a icterícia, a transmissão do vírus “A” pelas fezes ocorre na primeira semana e, pelo sangue, nos primeiros dias; • destino adequado dos dejetos humanos; • uso de seringa descartável; • uso adequado de sangue e derivados. Cólera A cólera é uma doença causada pelo micróbio Vibrio cholerae, que se localiza no intestino das pessoas, provocando, nos casos graves, diarréia e vômitos intensos. Em decorrência das diarréias e dos vômitos, o indivíduo perde grande parte dos líquidos de seu organismo, ficando desidratado rapidamente. Se não for tratada logo, essa desidratação poderá levar o doente à morte em pouco tempo. Vibrio cholerae (cólera) Como se contrai A doença é transmitida, principalmente, através da água contaminada pelas fezes e vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida por alimentos que foram lavados com água já contaminada pelo micróbio causador da doença e não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores. São considerados portadores aqueles indivíduos que, embora já tenham o micróbio nos seus intestinos, não apresentam sintomas da doença. O que causa O principal sintoma é uma diarréia intensa, que começa de repente. As evacuações do doente de cólera são de cor esverdeada com uma espuma branca em cima, sem muco ou sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarréia, podem aparecer, também, vômitos e cólicas abdominais. A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma média de um a dois litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre rapidamente, o que pode levar o doente ao estado de choque em poucas horas. Como tratar Toda pessoa que apresentar os sintomas da doença deve ser levada imediatamente para o serviço de saúde mais próximo. A recuperação do doente de cólera depende, em grande parte, da rapidez com que a doença for diagnosticada e tratada. O tratamento é simples e bastante eficaz e consiste na reposição dos líquidos perdidos pela diarréia e vômitos. Dependendo do estado do paciente, faz-se uso da reidratação oral ou da intravenosa e administram-se antibióticos indicados pelo médico. Como evitar A cólera pode ser evitada através da adoção de três ações básicas: • controle da qualidade da água; • destino adequado das fezes; • adoção de bons hábitos de higiene. Verminoses Na profilaxia das doenças parasitárias, são importantes a educação sanitária, o saneamento e a melhoria do estado nutricional. Apenas o tratamento das verminoses não é suficiente. Ele provocará pequena diminuição na sua incidência, mas as pessoas facilmente se reinfectarão, se continuarem a viver em meio propício à doença. Esquistossomose (xistosa) A esquistossomose ou xistosa é uma doença crônica, causada por um pequeno verme, o Schistosoma mansoni, que se instala nas veias do fígado e do intestino. Na última fase da doença, pode aparecer, em algumas pessoas, a ascite ou barriga d’água. Nas condições de subvida causada pela esquistossomose, existem hoje no Brasil mais de oito milhões de pessoas. Essa legião de doentes ocupa extensas regiões brasileiras, desde o Maranhão até o norte do Paraná. Para que surja a esquistossomose numa localidade, são necessárias várias condições: a primeira é a existência de caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni. Nem todos servem para o parasita, só algumas espécies. Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas de irrigação e canais onde haja segurança e boa alimentação. A temperatura média de muitas regiões do Brasil é favorável à proliferação de caramujos. Como se contrai O Schistosoma mansoni ora vive livre, ora, protegido dentro de seus hospedeiros. Na primeira fase de sua vida livre, é um miracídio. Veio para o mundo exterior protegido por um ovo, que é então abandonado em contato com a água. Nada então apressadamente em busca de um caramujo. Tem apenas algumas horas de vida para encontrá-lo. Nesse hospedeiro, sofre uma série de transformações, dividindo-se e multiplicando-se em centenas de milhares de cercárias, capazes de atacar e de infestar o homem. As cercárias abandonam o caramujo doente em busca de um animal de sangue quente e têm aproximadamente dois dias de vida livre. Nesse tempo, procuram atacar o homem, em cujo organismo poderão viver, acasalar-se e produzir ovos. Como evitar As populações têm lutado contra a esquistossomose, tentando cortar os elos da cadeia de transmissão. Hoje em dia, podem contar com os seguintes recursos: Contra o caramujo: • observar bem as águas usadas para tomar banho, pescar, nadar, lavar roupa, regar plantações etc., a fim de verificar se existe o caramujo; • fazer tudo que prejudique o caramujo: pequenas obras de engenharia, de retificação de valas, canais, aterro de pequenas lagoas; • criar nas águas seres vivos prejudiciais ao caramujo, sejam plantas, sejam animais, como patos e gansos; • diminuir a poluição das águas nos meses que se seguem à estação chuvosa, quando as águas começam a diminuir e os caramujos a proliferar em grande quantidade; • aplicar medicamentos químicos que exterminem, mesmo que temporariamente, os caramujos. Contra o parasita Schistosoma mansoni: • fazer exame de fezes ou outro exame de laboratório para verificar se a pessoa tem esquistossomose e proceder a um tratamento médico; • repetir o exame quatro meses depois, para verificar se o tratamento foi eficiente e se não há ovos de Schistosoma nas fezes; • construir privadas e fossas para que as fezes não sejam despejadas nas águas nem no solo dos quintais, forma segura de impedir que os ovos do Schistosoma alcancem os córregos e se transformem em miracídio; • não se expor ao contato com águas infestadas; • usar botas e luvas de borracha em regiões alagadiças, a fim de evitar contaminação pela cercária. Ciclo de vida do esquistossomo Ascaridíase (lombrigas ou bichas) O Ascaris lumbricoides, comumente chamado de lombriga ou bicha, é um verme que vive no intestino das pessoas e causa uma doença chamada ascaridíase. Como se contrai No intestino das pessoas, os vermes acasalam-se e as fêmeas põem ovos. Uma só pessoa pode ter até 600 lombrigas. Os ovos são expelidos com as fezes e, como são muito pequenos, só podem ser vistos através de microscópio. Quando as pessoas têm o hábito de defecar no chão, deixam milhares desses ovos misturados à terra. No chão úmido e sombrio, os ovos das lombrigas podem durar de seis a dez anos, à espera de serem engolidos por uma pessoa. Num exame de microscópio, pode-se detectar a presença de ovos e lombrigas em um pouco de terra do quintal, na poeira da varredura da casa e em cascas de banana ou de goiaba. As lombrigas, quando pouco numerosas, não causam tantos malefícios ao ser humano, porém, quando a infestação é grande, estes aumentam. Os vermes têm de 15 a 25 cm de comprimento e, em grande número, formam verdadeiros novelos, que entopem o intestino, causando sua obstrução. Podem também sair pela boca e nariz ou localizar-se na traquéia, ocasionando, muitas vezes, asfixia e morte, especialmente em crianças - são os chamados ataques de vermes. É através da terra, da poeira, dos alimentos mal lavados e das mãos sujas que os ovos das lombrigas são levados à boca e engolidos. Depois de engolidos, os ovos rebentam, soltando larvas no intestino. Essas larvas, levadas pelo sangue, passam pelo fígado, coração, pulmões, brônquios, sendo novamente engolidas. Retornam ao intestino, onde se tornam adultas, para se acasalar e pôr ovos. No organismo humano, o ovo leva de 2,5 a 3 meses para se transformar em larva e depois em verme adulto. O verme adulto vive no intestino geralmente menos de seis meses, nunca mais de um ano. Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides O que causa As pessoas que têm lombrigas ficam freqüentemente irritadas, sem apetite e apresentam náuseas, vômitos, diarréia, cólicas e dor abdominal. Como tratar Para combater essa verminose, é preciso primeiramente fazer um exame de fezes: leve uma latinha com um pouco de fezes a um laboratório ou posto de saúde para análise. Muitas vezes, as mães sabem que os filhos têm lombrigas porque já viram os vermes saírem com as fezes ou pela boca. Mas, mesmo assim, é importante que se façam os exames: há diversos tipos de vermes e, para cada um deles, o tratamento é diferente. Com o resultado do exame de fezes, procure o médico, que lhe indicará o tratamento e as providências necessárias para acabar com as lombrigas. Como evitar • Ter sempre uma privada ou fossa; • fazer com que todos usem a privada. Se for usado penico, especialmente por crianças pequenas, jogar as fezes na privada; • limpar e varrer os quintais e queimar ou enterrar todo o lixo; • lavar as mãos ao sair da privada e também antes das refeições ou merenda; • proteger todos os alimentos contra moscas e poeira; • proteger também os utensílios domésticos: talheres, copos, pratos, panelas etc. e principalmente os objetos de uso dos bebês, como bicos, mamadeiras e outros. Os alimentos e os objetos devem ser conservados cobertos ou dentro de armários; • lavar todas as frutas e verduras antes de comê-las (alface, tomate, laranja, goiaba, manga etc); • cuidar da alimentação, principalmente das crianças, usando alimentos fortes, que ajudem seu crescimento e aumentem sua resistência a doenças. Taeníase (solitária) A solitária ou tênia é um verme muito comum em Minas Gerais, principalmente na zona rural, onde as pessoas se alimentam geralmente de carne de porco. O porco e o boi são transmissores da solitária. Como se contrai A solitária vive no intestino das pessoas. Depois que se torna adulta, solta pedaços pequenos (anéis) cheios de ovos, que se juntam com as fezes. Se essas fezes são deixadas no chão, o porco e o boi, alimentando-se do capim, comem também as fezes com os ovos do verme. Chegando ao estômago desses animais, os ovos se rompem, deles saindo as larvas, que vão para o intestino e, depois, para os músculos, onde se fixam, podendo viver até um ano. Essas larvas, denominadas de cisticercos, são mais conhecidas por “canjiquinhas”, “pipocas”, “letrias” etc. Quando o animal é abatido e alguém come essa carne, crua ou mal cozida, passa a ser o portador da solitária. A larva vai crescer e se transformar num verme de alguns metros de comprimento. O que causa A solitária é um verme grande, que pode atingir de 3 a 9 metros de comprimento. Como seu crescimento é constante, precisa de muito alimento para viver, o que enfraquece o paciente. O parasita do porco possui afinidade com o sistema nervoso central. A doença é denominada cisticercose e pode causar dor de cabeça e convulsão. Como evitar • Não comer carne de porco que tenha “canjiquinha”; • comer carne de boi ou de porco bem cozida ou bem assada; • conservar sempre os porcos presos nos chiqueiros; • utilizar privada ou fossa. Não deixar as fezes jogadas no chão. Ciclo de vida da Taenia Oxiuríase O Enterobius vermiculares ou Oxiures vermiculares, também conhecido por saltão, tuchina ou verme da coceira, assemelha-se a um pequeno fio de linha. Como se contrai Os vermes adultos vivem no intestino. Os machos têm vida curta e morrem depois de fecundar as fêmeas, sendo logo eliminados. As fêmeas produzem grande quantidade de ovos e caminham pelo intestino humano chegando até o ânus do doente, onde soltam os ovos. A pessoa portadora do Enterobius sente uma coceira muito forte no ânus, provocada pela descida dos vermes pela abertura anal. Isso acontece principalmente durante a noite: a pessoa se coça mesmo dormindo, espalhando os ovos, que ficam nas roupas, lençóis e, principalmente, entre seus dedos e debaixo das unhas. Essa pessoa se contamina, levando as mãos sujas à boca. Também contamina alimentos e utensílios domésticos, transmitindo a verminose às pessoas que os utilizarem. As roupas dos indivíduos parasitados também são fontes de infestação, pois os ovos ficam agarrados a elas e podem depois chegar às mãos e à boca. O costume de sacudir os lençóis ao arrumar as camas pela manhã faz com que os ovos do Enterobius se espalhem, podendo ser aspirados no ar pelo nariz, levados, com a poeira, até os alimentos e finalmente engolidos. Os ovos resistem de 10 a 15 dias. O que causa As crianças são as mais atingidas e as que sofrem mais. A irritação produzida no ânus e região vizinha produz coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode-se ferir e apresentar infecção local. Essa irritação produz muitas vezes sintomas nervosos. Como as fêmeas desses vermes preferem a noite para caminhar até o ânus, a fim de pôr ovos, as crianças dormem mal, o que as torna irritadas e nervosas. Nas mulheres, os vermes podem invadir os órgãos genitais, produzindo irritação e inflamação, muitas vezes graves. A facilidade com que se transmite essa verminose faz com que ela seja muito comum em famílias numerosas, nas quais várias pessoas dormem juntas, especialmente as crianças. A transmissão ocorre mesmo nas famílias que têm bons hábitos de higiene. Tratamento Nos exames de fezes, é muito comum não aparecerem ovos desse verme. Portanto, a observação de uma pessoa da família pode auxiliar o médico no diagnóstico da verminose. Se a mãe nota que os filhos andam nervosos, irritados e se queixam de coceiras no ânus, deve contar ao médico, que, além de indicar o tratamento necessário, lhe dará explicações sobre o combate ao parasita. Ancilostomíase (amarelão) Como se contrai Os parasitas (vermes) produzem ovos que são eliminados pelas fezes. Depois de alguns dias, os ovos se rompem, surgindo as larvas. Estas ficam no solo durante uma semana e são atraídas pela luz e pelo calor, que as fazem subir à superfície, onde se agarram às plantas, ao lixo etc. Os quintais sombreados, cheios de bananeiras ou outras plantas, onde o lixo é amontoado próximo às plantações, às roças etc., são lugares propícios para esse verme. Em pessoas que andam descalças, as larvas penetram rapidamente através da pele. Atravessando a pele, as larvas caem no sangue e vão até o coração, pulmões, brônquios, estômago e intestinos. Durante essa migração, sofrem transformações até chegar a vermes adultos, cujos ovos são eliminados pelas fezes. Ciclo de vida do ancilóstomo O que causa Os vermes adultos cortam a mucosa intestinal e alimentam-se de sangue. Como têm hábito de mudar de lugar freqüentemente, produzem inúmeras feridas no intestino. Estas sangram, provocando anemia, magreza etc. A perda de sangue provoca a perda de grande quantidade de ferro, elemento indispensável para a saúde do homem. É por essa razão que crianças portadoras do amarelão têm o hábito de comer terra, buscando aí o ferro necessário ao organismo. Os sintomas mais comuns apresentados pelos portadores de amarelão são: preguiça para o trabalho e estudos, cansaço, desânimo, prisão de ventre ou crise de diarréia, irritabilidade, mau humor, anemia, palidez, dor de cabeça, tosse, emagrecimento e dores musculares. Pessoas mal alimentadas são as mais prejudicadas pelos vermes. Como tratar Leve as fezes para exames de laboratório, para detectar ou não a presença de vermes. Em caso positivo, procure o médico para o tratamento necessário. Como evitar • Andar sempre calçado; • lavar as mãos, principalmente antes das refeições; • fazer uso de privadas ou fossas; • procurar o médico ou posto de saúde para submeter-se a exames. Atenção: A melhoria do estado nutricional é importante no combate às parasitoses, já que a incidência e os sintomas da doença são menores em indivíduos bem nutridos.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA

Declaração Universal dos Direitos da Água A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva. 1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, povo, nação, região, cidade, é plenamente responsável aos olhos de todos. 2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano.Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. 3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. 4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. 6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode escassear em qualquer região do mundo. 7. A água não deve ser desperdiçada, poluída ou envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se esgote ou deteriore a qualidade das reservas atualmente disponíveis. 8. A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou sociedade que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. 9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DE ÁGUA

CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DE ÁGUA A água doce, seja de superfície ou de poços, contêm substâncias dissolvidas ou em suspensão que podem dar características indesejáveis, dependendo do uso que se queira fazer. A água potável deve estar dentro de certos padrões estabelecidos. Sob o ponto de vista químico, a água potável deve ser: * Límpida * Inodora * Insípida * Com teor de sais dissolvidos dentro de certos limites Como exemplo de íons que, embora possam estar presentes na água potável, são prejudiciais em alguns processos industriais, temos: • FERRO e MANGANÊS  alteram a coloração de vários produtos de padaria, conservas, óleos e gorduras, entre outros, além de atuarem como pró-oxidantes destes últimos. • CÁLCIO e MAGNÉSIO  dificultam a cocção de legumes e carnes, causam sabor amargo aos produtos lácteos tais como queijos e manteiga. Podem dificultar o uso da água em processos de higienização e, quando associados ao carbonato, podem formar precipitados em forma de crostas em equipamentos. PRINCIPAIS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: ** GOSTOS E ODORES ESTRANHOS - Gostos e cheiros indesejáveis, como de bolor, de terra ou de peixe, são causados pela presença de algas, humus e outros detritos que naturalmente estão presentes nas fontes de água como rios e lagos. ** CHEIRO DE OVO PODRE - Este cheiro é causado pela presença de hidrogênio sulfídrico, produzido por bactérias que se encontram em poços profundos e fontes de águas estagnadas por longos períodos. ** GOSTO DE FERRUGEM/GOSTO METÁLICO - O excesso de ferro e de outros metais alteram o sabor e aparência da água. O sabor da água pode apresentar-se metálico, mesmo que visualmente a coloração esteja normal, pois a coloração enferrujada só aparece depois de alguns minutos em contato com o ar. ** GOSTO E CHEIRO DE CLORO - O cloro é usado pelas estações de tratamento para desinfetar a água. Porém, a presença de cloro prejudica o sabor e o cheiro da água que vai ser utilizada para beber ou na culinária em geral. Técnica: coloca-se um pouco de água em um frasco, fecha-se e agita-se fortemente (para facilitar a percepção de odores pode-se aquecer a amostra a 40-60oC). Caso a amostra apresente algum odor, deve-se indicar sua intensidade: muito fraco até muito forte, e natureza: odor metálico, de esgoto.... Quando o odor de gás sulfídrico (H2S) é notado, ele pode ocultar outros odores, devendo ser eliminado da amostra pela adição de acetato de cádmio, prosseguindo-se com a determinação dos odores. Quanto ao sabor, se há suspeita de que a água está contaminada ou em caso de odores muito desagradáveis, não se deve efetuar esta avaliação. Técnica: com a água a aproximadamente 30oC leva-se uma quantidade à boca, para bochechar (não é necessário engolir). O sabor pode se apresentar ligeiramente salgado, metálico, amargo... COR: esta avaliação também deverá ser realizada no local. A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. A água poluída apresenta coloração amarela ou acinzentada. A água rica em ferro e cobre também é amarelada e, em contato com o ar adquire turvação marrom-amarelada. . A água que causa manchas pretas possui partículas de manganês. Segundo a Portaria nº 1.469, de 29 de dezembro de 2000, o valor máximo permitido (VMP) para cor aparente em água potável é de 15uH (unidade Hazen – PtCo/L) (Brasil, 2001). Técnica: • Comparação ótica: por meio do comparador de Hellige (aqua tester), com disco padrão de cor, comparando-se com água destilada; • Comparação com soluções padrão de cor permanente, obtidas com soluções de reagentes (cloroplatinato de potássio ou cloreto de cobalto), em proporções adequadas. Caso se use o primeiro reagente, uma solução que contenha 1 mg de platina/litro, é considerada uma unidade de cor. É recomendável que a água tenha até 10 unidades, mas tolera-se até 20. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TURBIDEZ A turbidez refere-se à suspensão de materiais de qualquer natureza na água partículas de sujeira, barro e areia, que retiram o aspecto cristalino da água, deixando-a com uma aparência túrbida e opaca Ocorre devido à alteração da penetração da luz pelas partículas em suspensão que provocam a sua difusão e absorção. Essas partículas podem ser constituídas por plâncton, bactérias, argila, areia, fontes de poluição e outros (Macêdo, 2002). Desta forma, a turbidez pode ser referida como a resistência oferecida pelo líquido à passagem de luz branca dependendo não só da concentração de matéria em suspensão como também do tamanho das partículas. Em águas de superfícies, a turbidez pode atingir 2.000 mg/L, expressas em SiO2, enquanto que nas indústrias de alimentos e em água potável esse valor não deve ser superior a 5 mg/L ou UT (unidade de turbidez) (Brasil, 2001). Para esta avaliação utiliza-se um turbidímetro cuja calibração é feita com suspensões padrão de sílica sendo a turbidez expressa em mg de SiO2/litro. pH A maior parte das reações químicas que ocorrem durante o processamento e estocagem de alimentos são profundamente alteradas pela variação da concentração hidrogeniônica do meio. Esta concentração é um fator de influência na qualidade e segurança dos alimentos. Portanto, a medida adequada de pH é de grande importância em várias operações com alimentos. Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 (Brasil, 2001). Valores abaixo de 6,5 tendem a causar corrosão em equipamentos, enquanto valores acima de 9,0 correspondem a águas com sabor de sabão, devido a presença de carbonatos e bicarbonatos. A determinação pode ser feita através do uso de potenciômetro ou pHmetro, ou colorimetricamente, por meio de indicadores universais, papel ou solução. ** Acidez O CO2 dissolvido na água a torna corrosiva a alguns equipamentos e utensílios. O ideal é que a indústria utilize água com pH próximo de 8,3, por não conter mais o gás carbônico. Para promover a alcalinização da água, deve-se usar hidróxido de sódio. Águas ácidas, além de promoverem corrosão de equipamentos, neutralizam detergentes alcalinos, dificultando o estabelecimento do pH ideal nos procedimentos de limpeza ** Alcalinidade A alcalinidade representa o teor de carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos. Ela é comumente encontrada nas águas naturais sob a forma de carbonato de sódio e bicarbonato de cálcio e magnésio. A alcalinidade cáustica, causada por hidróxidos, é uma característica indesejável, por ser indicativa de poluição. A alcalinidade apresenta os mesmos inconvenientes da dureza em sistemas de geração de vapor. Os bicarbonatos têm ainda o inconveniente de liberar gás carbônico quando submetidos às altas temperaturas das águas de caldeiras. Este índice é importante no controle da água, estando relacionado com a coagulação, redução da dureza, prevenção da corrosão nas canalizações de ferro fundido da rede de distribuição. A água que se apresenta alcalina aumenta a formação de precipitados e é capaz de neutralizar detergentes ácidos, exigindo maior concentração de detergentes durante o procedimento de limpeza de equipamentos e superfícies. Para caldeiras, a água deve apresentar de 400 a 700 mg/L de alcalinidade expressa em CaCO3. A água potável geralmente apresenta valores de alcalinidade entre 10 e 50 mg/L. Sendo assim, para uso em caldeiras, deverá sofrer um tratamento para o aumento da alcalinidade, geralmente pelo uso de hidróxido de sódio, até alcançar pH próximo a 8,3. RESÍDUOS: TOTAIS OU SECOS A 105oC: Transfere-se 100 mL da amostra, com a ajuda de pipeta volumétrica, para a cápsula de porcelana, previamente aquecida em forno mufla a 500oC, por 1 hora, resfriada e pesada. Evapora-se a água em banho-maria e seca-se em estufa a 105oC, por 2 horas, resfria-se e pesa-se. Cálculo: 1000 x mg de resíduo = mg/litro mL da amostra O RIISPOA admite um máximo de 500 mg/litro de sólidos totais na água potável. MINERAL FIXO: Calcina-se a cápsula contendo o resíduo seco em forno mufla por 1 hora, resfria-se e pesa-se. Cálculo: 1.000 x mg de resíduo = mg/Litro mL da amostra DUREZA A dureza da água é causada pelos sais de cálcio e magnésio lixiviados pela água, em seu caminho através do solo. Em geral, estes encontram-se sob a forma de bicarbonatos, mas também, podem estar como cloretos, nitratos, fosfatos, silicatos ou sulfatos. De acordo com a natureza do sal, subdivide-se a dureza em dois tipos, cuja soma perfaz a dureza total: * Dureza temporária ou carbônica – quando os cátions encontram-se como sais de bicarbonato, podendo ser removidos por ebulição. A dureza temporária é devida à presença de bicarbonato de cálcio e magnésio que são precipitados pela ação de calor ou agentes alcalinos. * Dureza permanente – A dureza permanente ocorre pela presença de sulfatos, nitratos ou cloretos que são precipitados em presença de substâncias alcalinas. A dureza é expressa em ppm ou mg/Litro de carbonato de cálcio (CaCO3) presentes na água.. O cálcio e o magnésio estão presentes como outros sais, que não o bicarbonato (não são removíveis por simples ebulição). A dureza da água se expressa em ppm ou mg/Litro, como se fosse carbonato de cálcio: - Até 50 ppm  Água mole - De 50 a 100 ppm  Levemente dura - De 100 a 200 ppm  Água dura - Mais de 200 ppm  muito dura Na prática pode-se identificar águas brandas ou duras, de acordo com a facilidade de formar espuma com pequena ou grande quantidade de sabão. As águas com dureza temporária, podem ser utilizadas a quente, nas indústrias, desde que não sejam fervidas, pois neste caso, o carbonato de cálcio precipita, formando crostas no equipamento. Existem métodos para remover a dureza, como por exemplo: por resina de trocadora de íons, uso de agentes sequestrantes ou adição de carbonato de sódio. A determinação da dureza total é feita por titulação dos íons cálcio e magnésio, com solução padronizada de EDTA (sal disódico do ácido etilenodiaminatetracético), usando como indicador o negro de eriocromo T, em pH 9,5. O RIISPOA exige que a dureza da água potável seja inferior a 20 ppm. O uso industrial de águas duras provoca corrosão e perda de eficiência na transmissão de calor em caldeiras; formação de filmes e depósitos na superfície de equipamentos, prejudicando os processos de limpeza e reduzindo a eficiência devido à formação de depósitos minerais em sistemas de refrigeração. A reação entre compostos de detergentes e os íons cálcio e magnésio presentes em água dura dá origem a precipitados insolúveis, que, para serem eliminados, requerem o uso de detergentes ácidos em maior freqüência e concentração, elevando os custos de produção (Lagger et al., 2000). Além disto, há uma significativa redução da eficiência de limpeza de superfícies e equipamentos em função do decréscimo no poder de ação que os detergentes apresentam quando combinados com água dura. Desta forma, recomenda-se a inclusão de abrandadores na composição dos detergentes (Ruzante e Fonseca, 2001). A dureza da água, expressa em mg/L de CaCO3, pode variar de 10 a 200 mg/L em água doce, podendo alcançar até 2.500 mg/L em águas salgadas. Esses sais podem ser removidos das águas brutas por abrandamento, desmineralização ou evaporação. Segundo a Portaria nº 1.469, de 29 de dezembro de 2000, a água potável pode apresentar até 500 mg/L de CaCO3 (Brasil, 2001), mas no caso de caldeiras, o valor recomendado para a dureza da água é igual a zero. O tipo de tratamento a ser indicado, visando a evitar os efeitos da presença de sais de cálcio e magnésio, como a corrosão, diminuição do fluxo de alimentos, diminuição de transferência de calor e contaminação microbiológica, vai depender da dureza detectada. Se for classificada como mole ou moderadamente dura, pode-se fazer o tratamento da água internamente na caldeira, usando agentes complexantes. Para este tratamento, são usadas substâncias químicas, incluindo agentes seqüestrantes como sais sódicos do EDTA e polifosfatos (hexametafosfato de sódio, tripolifosfato de sódio e tetrafosfato de sódio), ou precipitantes como o fosfato trissódico. Se a água for dura (151-300 mg/L de CaCO3), deve-se fazer o tratamento de redução da dureza antes da água ser introduzida na caldeira. Para isto, podem ser usadas resinas sintéticas trocadoras de cátions. As resinas usadas geralmente são de origem orgânica e obtidas, por exemplo, pela sulfonação do poliestireno. Neste caso, é uma resina fortemente ácida que troca H+ ou Na+ por Ca++ ou Mg, responsáveis pela dureza. Em águas usadas na higienização de equipamentos, utensílios e superfícies contendo até 50 mg/L de CaCO3, recomenda-se o uso de agentes complexantes na formulação dos detergentes. No caso da dureza ser superior a 50 mg/L, o ideal é efetuar troca catiônica. NITROGÊNIO AMONIACAL A água potável praticamente não contém amônia (é admissível até 0,05 ppm). Sua presença geralmente indica poluição por esgoto ou em água de subsolo rica em ferro e manganês, a amônia pode ser de origem inorgânica. Sua presença também pode ser devida a resíduos industriais. A determinação é feita por método colorimétrico, com o reagente de Nessler, que, em presença de amônia, reage dando um produto de cor amarelo-alaranjado, que é quantificado em espectrofotômetro, comparando-se com curva padrão de cloreto de amônia. O resultado é expresso em mg de nitrogênio amoniacal/litro. DETERMINAÇÃO DE FERRO Em água potável admite-se, no máximo, 0,3 mg de ferro por litro, porém, certas indústrias necessitam água isenta de ferro. A determinação é feita reduzindo-se todo o ferro III a ferro II e reagindo-se com ortofenantrolina, que produz cor alaranjada, cuja intensidade é proporcional ao teor de ferro. A quantificação é feita em espectrofotômetro. DETERMINAÇÃO DE MANGANÊS A água potável só deve conter manganês até o limite de 0,05 mg/litro. Sua determinação é feita colorimetricamente, oxidando-se o manganês II a permanganato, com periodatos e quantificando-se a coloração do permanganato produzido. CLORO RESIDUAL Em água para abastecimento público, substâncias como o cloro gasoso, hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio têm sido largamente utilizadas no processo de desinfecção, o que tem contribuído para o controle das doenças de origem hídrica e das toxinfecções alimentares de origem microbiana A utilização de cloro líquido em água potável teve início poucos anos antes da Primeira Guerra Mundial. O cloro, principalmente na forma de gás, é tóxico ao homem. Entretanto, nas concentrações usadas no tratamento da água não apresenta efeito prejudicial à saúde. A água a ser utilizada na indústria de alimentos deve conter um residual de cloro, expresso em mg/L de Cl2 podendo seguir as seguintes recomendações, em função do uso •Uso geral na indústria de alimentos: 5 – 7 mg/L; •Resfriamento de produtos enlatados esterilizados: 6 – 10 mg/L; •Consumo humano: 0,2 a 2,0 mg/L (Brasil, 2001). A dosagem do teor de cloro residual que permanece na água após o processo de cloração permite avaliar se a água está em condições de uso e isenta de bactérias patogênicas. Quando o cloro é adicionado à água, uma pequena quantidade, de 0,25 a 0,75 ppm, reage com as impurezas nela contidas. Esse cloro consumido não apresenta propriedades germicidas. Quando a demanda de cloro adicionado é satisfeita, o que restou constitui o cloro residual total (CRT). O cloro residual total encontra-se na forma de cloro residual livre (CRL) ou cloro combinado com matéria nitrogenada, formando cloraminas. O cloro residual livre está nas formas de ácido hipocloroso (HClO) e de íons DETERMINAÇÃO DE CLORO LIVRE Esta determinação serve para o controle da cloração da água, que pode ser feita com gás cloro ou hipoclorito de sódio ou cálcio. A expressão cloro livre significa o cloro disponível para oxidação de compostos inorgânicos e orgânicos dissolvidos na água (ação bactericida) e inclui a totalidade de Cl2, ClO- e HClO. A água potável não deve conter menos de 0,1 mg/litro, nem mais de 0,3 mg/litro de cloro livre (em certas situações industriais, usa-se valores mais elevados). A determinação de cloro livre deve ser feita logo após a tomada da amostra. Utiliza-se o método colorimétrico, com a reação entre o cloro e a orto-tolidina, que forma um composto amarelado, cuja intensidade de cor pode ser medida em espectrofotômetro e comparada com curva padrão de hipoclorito de sódio. CLORETOS O excesso de cloretos na água pode trazer prejuízos à indústria, principalmente em caldeiras. O limite para água potável e de manancial é de 250 mg/L de cloretos, expresso em NaCl (Brasil, 2001) A origem dos cloretos pode ser oriunda de resíduos domésticos e/ou industriais, bem como dos processos de fertilização do solo que, através da lixiviação pela chuva, atinge os mananciais. Quantidade excessiva de cloretos indica poluição fecal, normalmente devido à presença de urina em esgotos domésticos. Sendo assim, a partir do conhecimento do teor de cloretos da água, é possível se obter informações sobre o seu grau de mineralização ou indícios de poluição. A presença de cloretos em água não tratada com pH em torno de 7,0 dá origem ao aparecimento de um filme de magnetita não protetor, em superfícies de aquecimento. Nas caldeiras de baixa pressão (até 10 kgf.cm-2) a concentração de cloretos não deve ultrapassar 200 mg/L. Em pressões médias (de 10 a 20 kgf.cm-2), deverá ser inferior a 50 mg/L. Nas caldeiras de alta pressão (acima de 20 kgf.cm-2) não se deve detectar a presença dos mesmos. Os cloretos, normalmente, estão presentes nas formas de cloreto de cálcio, de magnésio e de ferro. Quando em concentrações elevadas, estes íons podem provocar corrosão tipo fratura em tubulações de caldeiras e equipamentos de aço inoxidável, em indústrias de alimentos, penetrando na estrutura do aço, que é o óxido de cromo (Cr2CO3). Além disso, formam incrustações em pisos, paredes e equipamentos. O controle de cloretos em caldeira é feito pelas “purgas” que promovem a redução da concentração de sais no interior da caldeira. A purga consiste na remoção da “lama” formada no interior das caldeiras por meio de válvulas de escape. A freqüência das purgas é definida em função da dureza da água, de forma que maiores concentrações de cálcio e magnésio exigem maior freqüência.

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS PARA VACAS EM LACTAÇÃO


EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS PARA VACAS EM LACTAÇÃO
Manutenção Nutrientes
peso vivo  PB (g) NDT (Kg) Ca (g) P (g)
400 318,00 3,13 16,00 11,00
450 341,00 3,42 18,00 13,00
500 364,00 3,70 20,00 14,00
550 386,00 3,97 22,00 16,00
600 406,00 4,24 24,00 17,00
650 428,00 4,51 26,00 19,00
700 449,00 4,76 28,00 20,00
750 468,00 5,02 30,00 21,00
800 486,00 5,26 32,00 23,00
Prod. de 1Kg de leite** 90,00 0,32 3,21 1,98
Ganho de peso (1Kg) 320,00 2,26 _____ _____
** Produção de leite corrigida a 4% de gordura
Fonte NRC(1989)

COMPOSIÇÃO DE ALGUNS ALIMENTOS


Composição Média e Valor Nutritivo de Alguns Alimentos e Subprodutos 
                                                           
Nutrientes (de MS)
Alimento MS(%) PB(%) NDT(%) Cálcio(%) Fósforo (%)
Protéicos:
Algodão, coroço 92 23,00 95,00 0,16 0,75
Algodão, farelo 30% 92 33,00 62,00 0,19 1,00
Algodão, farelo 40% 92 44,00 74,00 0,22 1,21
Cama, frango 85 20,00 55,00 3,16 1,72
Cervejaria,resíduo 24 26,00 66,00 0,29 0,54
Galinha, esterco 92 28,20 52,00 9,21 2,52
Levedura,desidratada 90 30,00 80,00 0,12 0,83
Glutenose, milho (60%) 89 66,30 89,00 0,08 0,54
Promil, Refinazil,milho 90 23,80 80,00 0,36 0,82
Canola, farelo 92 41,00 69,00 0,64 0,89
Amendoim, farelo 92 52,90 77,00 0,14 0,79
Girassol, farelo 90 25,90 65,00 0,84 0,96
Grãos de soja, tostada 89 40,00 91,00
Grãos de soja, extrusada 89 40,00 91,00
Grãos de soja, crú 89 40,00 91,00 0,41 0,55
Farelo de soja, prensado 90 50,00 85,70
Farelo de soja, solvente 90 50,00 80,40
Farelo de soja, s/casca 90 55,00 82,00
Uréia 99 280,00
Sangue, farinha 89 85,00 0,23 0,17
Carne, far. Carne e ossos 92,5 46,70 11,90 5,59
Peixe, farinha 92 60,00 6,65 3,55
Penas, farinha 92 86,00 0,56 0,29
Cervej., reíd.(lages) 25,6 20,70 69,00 0,24 0,45
Cerveja (NRC) 21 25,40 66,00 0,33 0,55
Pastagem:
A - Madura 30 7,00 50,00
B - Metade floração 25 12,00 57,00
C - Pastagem nova 20 15,00 70,00
Volumosos:
Silagem milho (25%) 30 7,00 62,00 0,34 0,19
Silagem milho (exg) 33 7,00 68,00 0,28 0,22
Silagem sorgo 30 9,40 60,00 0,29 0,11
Silagem Napier 23 8,50 58,00 0,80 0,20
Silagem colonião 22 7,70 54,00 0,40 0,20
Feno gramíneas, bom 88 7,80 56,00 0,38 0,20
Feno gram., médio 88 6,50 52,00 0,35 0,18
Feno gram., ruim 88 4,00 48,00 0,30 0,15
Feno alfafa, 30% floração 90 17,00 58,00 1,25 0,22
Cana açúcar 28 3,00 55,00 0,22 0,06
Capim napier, 60 dias 20 8,80 58,00 0,82 0,22
Colonião, 60 dias 22 8,00 55,00 0,42 0,21
Bagaço hidrolisado 45 1,60 53,00 0,04 0,03
Energéticos
Farelo arroz 91 14,10 80,00 0,08 1,70
F. arroz desngordurado 90 17,70 60,00 0,11 1,46
Aveia, grão 90 13,20 71,00 0,07 0,38
Citrus, polpa peletizada 90 6,40 82,00 1,60 0,08
Gordura Animal 99 225,00
Maçã, polpa úmida 22 7,60 69,00 0,13 0,11
Mandioca, raiz integral 90 2,80 79,00 0,17 0,09
Mandioca, raspa 90 5,50 75,00 0,36 0,14
Melaço cana 75 4,00 72,00 1,00 0,11
Milho, grão moído 88 9,80 90,00 0,02 0,29
Milho, grão alta umidade 72 9,80 90,00 0,02 0,32
Milho, rolão (espiga) 86 8,00 74,00 0,04 0,29
Trigo, farelo 88 17,10 70,00 0,13 1,38
Sorgo, grão 85 11,00 82,00 0,03 0,33
Sorgo, grão reconstituído 90 11,00 88,00 0,03 0,33
Soja, casca 91 12,20 80,00 0,45 0,15